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A Psicologia Histórico-Cultural é idealizada por L. S. Vigotski (1896-1934), A. R. Luria (1902-1977) e A. N. Leontiev (1903-1979) enquanto uma proposta de psicologia inovadora que pretende, a partir de uma metodologia marxista, considerar as relações sociais de produção como base para a análise da constituição do psiquismo humano. Desse modo, Vigotski, enquanto principal expoente da abordagem, destaca que apenas a partir da compreensão histórica e dialética do desenvolvimento seria possível explicitar a gênese da qual parte o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, tomadas como especificamente humanas e culturalmente constituídas. Todas essas funções constituem um complexo sistema hierárquico, cuja função central é o desenvolvimento do pensamento verbal, a formação de conceitos, que só é possível mediante a união de pensamento e linguagem num dado momento do desenvolvimento infantil. Desse modo, a partir do desenvolvimento do pensamento verbal, todas as funções restantes (percepção, memória, atenção, etc.) se reorganizariam, unindo-se a essa formação nova e integrando com ela uma síntese complexa. Entretanto, que para que essa transformação ocorra é necessário um amplo processo formativo, no qual o entorno social da criança possuirá papel fundamental, sendo o ponto de partida para todas as mudanças dinâmicas que se produzem em cada período do desenvolvimento infantil. Considerando a importância ímpar do desenvolvimento da linguagem e pensamento para a constituição de todas as outras funções, busca-se fazer uma exposição com base numa pesquisa de revisão bibliográfica sobre as mudanças que ocorrem nos sistemas de relações da criança ao longo do período pré-escolar (0 a 6 anos), de modo a compreender as forças motoras do desenvolvimento do psiquismo infantil e a importância da mediação estabelecida nessa idade que será determinante para o desenvolvimento ulterior da criança.

Linguagem; Psicologia Histórico-Cultural; Educação Infantil