A contemporaneidade reflete uma realidade em constante mutação em todos os âmbitos de nossa vida, a saber nas crenças, tradições, instituições, vida familiar, relacionamentos, subjetividade e identidade. Diante de tal cenário, diversos teóricos buscam através de seus escritos compreender a complexa realidade na qual vivemos.  Abeche (2002) considera que as mudanças que ocorrem na atualidade exigem a construção de subjetividades que dêem respaldo a essa nova modalidade de organização social, trazendo profundas transformações no processo de individualização. Fala-se em crise de identidade (Hall, 2006); em subjetividade privatizada (Figueiredo, 2002), em banalização do mal (Arendt, 1999); era do vazio (Lipovetsky,1983), fragilidade e liquidez das relações humanas (Bauman, 1999); cultura do narcisismo (Lasch,1983). Enfim, muitos são os conceitos e termos utilizados para retratar a realidade na qual estamos inseridos, assim sendo, o desafio para compreensão da contemporaneidade e suas implicações na vida humana, se faz pela necessidade de uma compreensão do sujeito nas interfaces com a sociedade, a política, a economia e a cultura, tarefa que nos propomos a fazer nesta sessão.