Portal de Eventos - UEM, II Seminário de Pesquisa em Análise do Comportamento: Práxis em Análise do Comportamento

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Explorando dimensões e limites do contracontrole: Questões de um analista do comportamento pesquisando na periferia
Guilherme Bergo Leugi

Última alteração: 2019-06-02

Resumo


O trabalho da Análise do Comportamento tem como base, entre outros fundamentos,reconhecer caminhos e dimensões que determinam ou contribuem para a determinação docomportamento. Ainda que controle seja um dado do comportamento, a participação naconstrução do ambiente controlador – ou, em outras palavras, controlar o próprio controle –também está no horizonte do trabalho do analista do comportamento, e usualmente é vistacomo algo almejado. Ao compreender controle nesses termos, o analista do comportamentoreconhece também que os caminhos e dimensões do controle, em muitas das vezes, sãodefinidos à revelia dos sujeitos sobre os quais o controle é exercido. Contracontrole aparece,então, como ferramenta para descrever ações com impacto direto na condição de controle ouno comportamento do controlador, em grande parte como resposta ao controle aversivo, jáque o controle por reforçamento positivo dificilmente produz contracontrole. Nesses termos, ofazer do analista do comportamento é orientado em parte pela noção de que controle é uma“via de mão dupla”, já que na definição está implícito que o controlado pode controlar. Orisco dessa interpretação simétrica é o de desconsiderar que estruturas de poder estratificado,como definidas por Holland, impedem atuação direta ou indireta na formação dascontingências que controlam o comportamento. Comunidades periféricas em grandes centrosurbanos são locais de múltiplas exclusões sociais nos quais as possibilidades de afetar aprópria vida individual ou coletivamente são bastante restritas, no sentido de transformar ascondições que geram tais exclusões. Essas múltiplas exclusões limitam o fazer da psicologia eas possibilidades de estabelecer perspectivas reais de contracontrole. Este trabalho pretendelançar questionamentos sobre possibilidades de contracontrole social, oriundos da prática depesquisa em comunidade periférica urbana. O interesse de investigação original tratava dacompreensão das condições comunitárias de inclusão pelo trabalho e renda, especialmente nocaso de mulheres em situação de risco e vulnerabilidade. Ao considerar os limites edimensões do fazer do analista do comportamento, especialmente considerando as múltiplasexclusões como contexto subjacente, emerge pelo menos um tema transversal: o psicólogodeve contribuir para a inclusão da população com a qual trabalha no sistema que produziu suaexclusão ou deve contribuir para a substituição desse sistema por outro?

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